Fatores de risco para o diabetes tipo 2




1. História familiar – indivíduos que possuem parentes com diabetes tipo 2, principalmente se de primeiro grau, apresentam maior risco de também desenvolver a doença. Estes pacientes devem tomar muito cuidado com o ganho excessivo de peso.

2. Obesidade – o sobrepeso é talvez o principal fator de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2. O risco aumenta progressivamente a partir de um IMC maior que 25kg/m2. Atualmente, mais de 80% dos diabéticos tipo 2 apresentam excesso de peso.


3. Gordura abdominal – além do excesso de peso, o modo como a gordura é distribuída pelo corpo também é um fator determinante para um maior risco de resistência à insulina e diabetes tipo 2. O risco de diabetes é mais elevado nos indivíduos com obesidade central, ou seja, naqueles que acumulam gordura na barriga. Homens com uma cintura maior que 102 cm e mulheres com cintura maior que 88 cm apresentam elevado risco. Mulheres que acumulam gordura preferencialmente nos quadris têm menos riscos do que aquelas que acumulam gordura na região abdominal.

4. Idade acima de 45 anos – apesar de ser uma doença cada vez mais prevalente em jovens, o diabetes tipo 2 é mais comum em indivíduos acima de 45 anos. Provavelmente, a queda na massa muscular e o aumento da gordura corporal que ocorrem com o envelhecimento desempenham papel importante nestes pacientes.

5. Sedentarismo – um estilo de vida sedentário reduz o gasto de calorias, promove ganho de peso e aumenta o risco de diabetes tipo 2. Dentre os comportamentos sedentários, assistir televisão por muito tempo é um dos mais comuns, estando comprovadamente associado com o desenvolvimento de obesidade e diabetes. A atividade física regular não só ajuda a controlar o peso, como também aumenta a sensibilidade dos tecidos à insulina, ajudando a controlar os níveis de glicose do sangue. Tanto a musculação quanto exercícios aeróbicos ajudam a prevenir o diabetes tipo 2.

6. Cigarro – indivíduos que fumam apresentam 40% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 do que não fumantes. Quanto mais tempo o paciente fuma e quanto maior for o número de maços consumidos por dia, maior é o risco. A associação do fumo com o diabetes é tão forte que são precisos 5 anos sem fumar para que o risco de diabetes comece a cair. E somente após 20 anos sem fumar é que o paciente volta a ter o mesmo risco de pessoas que nunca fumaram.

7. Glicemia de jejum alterada – o diagnóstico do diabetes é feito quando o paciente apresenta glicemias (níveis de glicose no sangue) persistentemente acima de 126 mg/dl. Porém, os valores normais da glicemia são abaixo de 100 mg/dl. Os pacientes que ficam no meio do caminho, com valores entre 100 e 125 mg/dl, são considerados como portadores de glicemia de jejum alterada, que é um estágio de pré-diabetes. O risco de evolução para diabetes estabelecido é muito elevado neste grupo.

8. Dieta hipercalórica – a dieta ocidental, baseada no consumo excessivo de carne vermelha, carnes processadas, calorias, doces e refrigerantes, está associada a um maior risco de desenvolvimento do diabetes tipo 2. Se for paciente tiver sobrepeso, o risco é ainda maior. O consumo regular de cereais, vegetais, soja e fibras reduz o risco do diabetes.

9. Hipertensão – paciente hipertensos apresentam maior risco de terem diabetes. Não se sabe se a hipertensão tem algum papel no desenvolvimento da doença ou se ela, por possuir muitos fatores de risco em comum, apenas aparece junto com o diabetes, sem relação de casualidade.

10. Colesterol elevado – Pacientes com níveis elevados de colesterol também estão sob maior risco de diabetes tipo 2. Níveis elevados de LDL (colesterol ruim) e triglicerídeos e/ou níveis baixos de HDL (colesterol bom) são os principais fatores.

11. Síndrome dos ovários policísticos (SOP) -  mulheres portadoras de SOP apresentam frequentemente resistência à insulina e, consequentemente, riscos de desenvolver diabetes tipo 2.

12. Diabetes gestacional (ou mulheres que geraram filhos com mais de 4 kg) – o diabetes gestacional é um tipo de diabetes que surge durante a gravidez e habitualmente desaparece após o parto. Porém, mesmo com a normalização da glicose com o término da gravidez, estas pacientes passam a apresentar elevado risco de desenvolverem diabetes tipo 2 nos 10 anos seguintes à gravidez.

13. Uso de corticoides – os corticoides são uma classe de medicamentos muito usados na prática médica, principalmente contra doenças de origem imunológica e/ou alérgica. Um dos efeitos colaterais comuns do uso prolongado de corticoides é o desenvolvimento de diabetes.

14. Etnia – por motivos ainda desconhecidos, a incidência do diabetes tipo 2 varia de acordo com a origem étnica do paciente. Em ordem decrescente de incidência, as etnias com maiores riscos de diabetes tipo 2 são: descendentes de asiáticos, hispânicos, negros e brancos. Cabe aqui uma ressalva, apesar da maior incidência de diabetes nos descendentes asiáticos, a população da Ásia, por possuir hábitos alimentares mais saudáveis, acaba apresentando menos casos de diabetes que a população americana, composta em sua maioria por brancos.

15. Consumo excessivo de álcool um padrão de ingestão alcoólica elevado, mesmo de forma irregular, aumenta o risco de diabetes tipo 2, por causa dos seus efeitos sob a secreção e a sensibilidade da insulina. Além disso, alcoolistas têm maior risco de desenvolver problemas no pâncreas, o que pode provocar o “diabetes pancreático”.

Comer doces em excesso provoca diabetes?

Essa é uma dúvida muito comum na população. A resposta simples é: não, comer doces em excesso não causa diabetes. Porém, é bom destacar que uma má alimentação, com excesso de carboidratos e gorduras, é um dos fatores que levam à obesidade ou ao sobrepeso, estes sim, fatores de risco para o diabetes.

Conclusão

Como se pôde notar, já foram identificados inúmeros fatores de risco para o diabetes tipo 2. Aqui listamos apenas os mais comuns e comprovados. Existem ainda estudos que mostram relação do diabetes com dezenas de outros fatores, como níveis elevados de ácido úrico, depressão, nunca ter amamentado, ciclo menstrual irregular, exposição à bisfenol A, uso de esteroides anabolizantes, deficiência de vitamina D etc.

Ninguém pode mudar a sua etnia, idade ou histórico familiar, por isso, o paciente deve sempre ter em mente quais são os fatores de risco modificáveis. Se você tem história familiar de diabetes, procure se manter ativo, dentro do peso, não fume e adote uma dieta saudável. Não é porque seu pai ou sua mãe tiveram diabetes tipo 2 que você necessariamente terá. A prevenção pode estar ao seu alcance.

Voltar