A osteoporose é uma doença que leva à perda de massa óssea e à fragilização do osso, aumentando o risco de fraturas. A doença pode tornar os ossos tão frágeis, que uma queda, ou até mesmo leves impactos podem causar uma fratura. Os ossos mais acometidos são os do quadril, punho e coluna.
Osso sadio
Os nossos ossos não são todos maciços como a sua aparência sugere e nosso esqueleto não é apenas uma estrutura de sustentação, mas sim, um órgão vivo com várias funções no organismo.
Na parte externa (cortical) o osso é compacto e tem uma aparência sólida. Porém, no seu interior ele é trabeculado, com a aparência de uma esponja. É através desses espaços que passam os vasos sanguíneos e localiza-se a medula óssea.
O osso é composto por uma parte orgânica e outra mineral, composta basicamente de fosfato de cálcio (fósforo + cálcio).
A osteoporose é o distúrbio onde há redução da massa mineral, tanto do osso cortical quanto trabecular, levando a uma grande redução da densidade do osso, tornando-o mais frágil e menos resistentes aos traumas mecânicos normais do dia a dia. A palavra osteoporose significa osso poroso.
Como já foi dito, o osso não é uma estrutura sem vida com função apenas de dar sustentação mecânica ao corpo. Os ossos estão em constante renovação, um processo necessário para correção de micro lesões sofridas pelos traumatismos comuns do estresse mecânico diário. O organismo está o tempo todo destruindo e construindo ossos novos.
Para se manter forte e saudável, o osso necessita do aporte constante de minerais como o cálcio e fósforo, que é regulado pelas paratireoides. As paratireoides são glândulas localizadas na base do pescoço, atrás da tireoide, sendo responsáveis pelo controle dos níveis de cálcio e fósforo nos ossos e sangue, pelos rins e pela concentração de vitamina D no sangue.
Até os 30 anos o corpo consegue manter a massa óssea bem estruturada. A partir dos 30, o processo de reabsorção óssea começa a ficar maior que o de a produção de osso novo, o que ao longo de vários anos leva ao desenvolvimento da osteoporose.
A osteoporose além de reduzir a densidade mineral do osso, também causa distúrbios na sua arquitetura natural, contribuindo ainda mais para sua fragilidade.
Fatores de risco para Osteoporose
- Sexo feminino = 70% dos casos de osteoporose ocorrem em mulheres.
- Caucasianos (raça branca) e asiáticos.
- Baixa estatura e baixo peso.
- História familiar positiva.
- Menopausa.
- Nunca ter engravidado.
- Sedentarismo.
- Baixa exposição solar
- Baixa ingestão de cálcio e vitamina D
- Tabagismo
Doenças associadas a um maior risco de osteoporose
- Anorexia nervosa.
- Após cirurgia bariátrica
- Depressão
- Hipertireoidismo
- Mieloma múltiplo
- Anemia perniciosa (deficiência de vitamina B12).
- Síndrome de Cushing.
- Doença de Crohn
Medicamentos associados à osteoporose
- Corticoides (cortisona)
- Fenitoína.
- Carbamazepina.
- L-Tiroxina (hormônio tireoidiano).
- Varfarina.
- Antidepressivos.
- Heparina.
- Metotrexate.
- Furosemida
Sintomas da Osteoporose
A osteoporose é uma doença silenciosa e só costuma causar sintomas em fases avançadas. Os principais são as fraturas e redução da estatura por colapsos das vértebras da coluna.
A fratura do colo do fêmur é muito comum em indivíduos idosos. Só nos EUA, ocorrem 250.000 novos casos por ano, geralmente associados a quedas. Quanto mais idoso for o paciente e mais grave for a osteoporose, maior o risco.
Além da fratura do colo do fêmur e das vértebras, também são comuns a fratura do punho e das costelas.
Diagnóstico da Osteoporose
O melhor exame para fazer o diagnóstico de osteoporose é a densitometria óssea. Os resultados são fornecidos através da comparação com a densidade óssea de pessoas jovens (T-score ou desvio padrão)
Os critérios para osteoporose segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS):
- 1. Densidade óssea normal = T-score entre 0 e -1
- 2. Osteopenia = T-score entre -1 e -2,5
- 3. Osteoporose = T-score menor que -2,5
Quanto mais baixo for o T-score, maior a gravidade da osteoporose e maiores os riscos de fraturas.
A osteopenia é uma redução da densidade óssea, porém ainda não é considerado osteoporose. Podemos dizer que é uma pré-osteoporose.
A densitometria óssea deve ser realizada em todas as mulheres acima de 65 anos ou naquelas em pós-menopausa que apresentem fatores de risco para osteoporose e nos homens a partir dos 70anos (de acordo com o consenso de osteoporose).
Prevenção e tratamento da Osteoporose
Na osteoporose o ditado “prevenir é melhor do que remediar” é especialmente verdadeiro, uma vez que, quando as lesões na arquitetura óssea causadas pela osteoporose estão presentes, elas são irreversíveis.
Os medicamentos não revertem a osteoporose e, portanto, o tratamento visa evitar a progressão da doença.
O tratamento está indicado em todos com osteoporose ou naqueles com osteopenia na densitometria óssea e que tenham outros fatores de risco.
Os medicamentos mais usados são:
- Reposição de cálcio e Vitamina D
- Bisfosfonatos (alendronato, risedronato, ácido zoledrônico)
- Devem ser tomados em jejum com pelo menos 1 copo cheio de água. Não tomar com café, chá ou suco.
- Os comprimidos devem ser ingeridos meia hora antes do primeiro alimento, bebida ou outra medicação do dia;
- Não mastigue ou chupe os comprimidos;
- Não se deve deitar por pelo menos 1 hora devido ao risco de refluxo e esofagite;
- Caso você esqueça de tomar no dia correto, tome-o na manhã seguinte que você se lembrar.
- Raloxifeno - É um modelador seletivo do receptor de estrogênio. É um medicamentos que age como se fosse estrogênio, mas não não o é. Apresenta os seus benefícios sem os seus efeitos colaterais.
- Estrogênios e reposição hormonal – Muito usado para tratar osteoporose até um passado recente, a reposição hormonal apesar de apresentar excelentes resultados traz consigo um aumento do risco de doenças cardiovasculares, trombose e câncer de mama. Por isso, não é mais indicado como tratamento de primeira linha para osteoporose e só deve ser usado em casos selecionados.
- Teriparatide - É um análogo do PTH, hormônio produzido pela paratireoide e responsável pelo controle do cálcio e do fósforo nos ossos. É um dos medicamentos mais promissores no tratamento da osteoporose, sendo o único até o momento que parece reverter parte das lesões já existentes. Ainda não há estudos completos sobre o seu perfil de segurança a longo prazo e o seu uso ainda está limitados a no máximo 2 anos. Utilizado em casos mais graves.
Além do tratamento com drogas, é importante implementar mudanças nos hábitos de vida. Deve-se abandonar o cigarro e evitar excesso de bebidas alcoólicas. Deve-se praticar exercícios físicos, incluindo musculação e dar preferência a alimentos como leite e derivados, legumes verdes escuros, cereais, frutos secos e peixe.
Também é importante a exposição solar para absorção da vitamina D; 20 a 30 minutos de sol por dia. Apenas 25% do corpo precisam estar expostos.
Fonte: adaptado de MD.Saúde